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A série Saint Seiya, conhecida no Brasil como Cavaleiros do Zodíaco, foi um sucesso de proporções nunca vistas anteriormente (sua primeira exibição ocorreu em meados de 1994) e se tornou um fenômeno pop. A extinta TV Manchete (responsável pela exibição do anime na época) atingia picos de audiência que superavam todos seus concorrentes! Sendo eu fruto dessa geração que começou a acompanhar animes devido à série, fui motivado pelo sentimento de nostalgia a escrever esta resenha.

Produzido pela Toei Animation (responsável também pelo anime e Ovas iniciais de Hades), a Saga de Hades é baseada no mangá homônimo de Saint Seiya e foi dividida em três partes ao ser adaptada para anime: Santuário, Inferno e Elísios. Nesse Review, analisarei apenas o que diz respeito a fase Inferno.

A saga continua exatamente onde termina a fase Santuário, ou seja, com Seiya alcançando o Oitavo Sentido e chegando vivo ao Reino de Hades. O Cavaleiro de Pégasus chega até lá com a missão de proteger e principalmente entregar a armadura de Athena à sua legítima portadora para que esta, enfim, tenha condições de combater Hades em igualdade de termos.

Assim como ocorre na fase anterior, a história não foca unicamente nos Cavaleiros de Bronze centrais (Seiya, Shun, Ikki, Hyoga e Shiryu). Alguns outros personagens aparecem com muito destaque, especialmente Kanon de Gêmeos. Ele protagoniza algumas das cenas mais empolgantes dessa fase, incluindo uma rivalidade com um dos Kyotos (Juízes de Hades). Essa divisão do foco é um dos pontos mais positivos da fase Santuário e se alonga até o momento atual, permitindo ao público acompanhar a história e o desenvolvimento de mais personagens. Porém, as maiores surpresas ficam por conta de Ikki, Shun e um belo momento envolvendo os Cavaleiros de Ouro, adorados por legiões de fãs.

Apesar de ter grandes momentos, a fase Inferno não recebeu o cuidado e capricho recebido pela fase que a precedeu. Digo isso porque a animação é instável, com momentos que chegam a incomodar, e muito aquém do que poderia ter sido feito (haja vista a qualidade do Prólogo do Céu e primeira parte da Saga de Hades). A história, em determinados momentos, parece ser um tanto quanto corrida e fica perceptível que o mesmo conteúdo poderia render alguns episódios a mais, se trabalhado com maior esmero. Mas nem só de erros vive esta produção: a utilização de trilha sonora original do anime e algumas cenas em flashback do mesmo são pontos altamente positivos e que merecem destaque.

No fim das contas, a fase Inferno da Saga de Hades não é aquilo que se esperava e que sabemos que poderia ser feito, mas mesmo assim, é material obrigatório para os fãs de Cavaleiros do Zodíaco. Principalmente aqueles que não tiveram a oportunidade de acompanhar nos mangás a conclusão da história.